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quarta-feira, 29 de março de 2017

Mães de crianças com microcefalia enfrentam dificuldades para manter tratamentos.


O Acompanhamento médico dos bebês que nasceram com microcefalia causada pelo vírus zika é essencial para o desenvolvimento das crianças. Quase metade das famílias, no entanto, 
têm enfrentado dificuldades para começar ou continuar o tratamento da síndrome congênita,
de acordo com um relatório divulgado pelo Ministério da Saúde.
O relatório toma como base os 2.327 bebês que seriam beneficiados pela Estratégia 
de Ação Rápida para o Fortalecimento da Atenção à Saúde e Proteção Social das Crianças com Microcefalia. De acordo com o levantamento, quase a metade das crianças estão sem o 
tratamento adequado. São 44,1% de bebês sem atendimento nos serviços essenciais para o desenvolvimento, como terapias.
Daniel Vieira nasceu há um ano e cinco meses e, por causa dos remédios que toma para evitar convulsões, dorme o dia quase todo. Ele é acompanhado por neuropediatras e ortopedistas,
 mas não tem assistência dos terapeutas que poderiam fazer diferença no futuro.
“Poucos profissionais trabalham com terapia ocupacional, então, as vagas são limitadas. 
É complicado conseguir fisioterapia, porque há instituições que só aceitam crianças que se desenvolverem. Caso contrário, eles não aceitam. Eu pegava três ônibus e passava 
por duas horas de viagem para chegar à fonoaudióloga que estávamos indo. É bem complicado”, 
disse a dona de casa Jaqueline Vieira, mãe de Daniel.
Há cinco meses, Daniel não tem o tratamento adequado e, segundo os médicos, isso se reflete diretamente no desenvolvimento da crianças. Ações simples para a maioria dos bebês,
 como segurar a mamadeira e brinquedos, sustentar o pescoço e interagir com outras pessoas,
 por exemplo, não acontecem naturalmente para quem nasceu com microcefalia. Por isso a necessidade dos estímulos profissionais durante as primeiras fases da vida.
Na sede da União de Mães de Anjos, no Recife, Jaqueline se juntou a quase 400 mães 
de crianças com microcefalia. A presidente do grupo, Germana Soares, também tem um 
filho com as mesmas dificuldades. “O ideal é que, na estimulação precoce, a criança seja
 atendida por cada tipo de terapeuta, três vezes por semana. Ou seja, três fisioterapeutas, 
três fonos e três terapeutas ocupacionais. Hoje em dia, nossos bebês não têm nenhum acompanhamento ou apenas um atendimento”, afirmou.
Dias antes de Guilherme nascer, Germana soube dos primeiros casos dos bebês com microcefalia. Ela, que teve zika durante a gravidez, ficou alerta e tentou conseguir fisioterapia quando o bebê tinha apenas vinte dias de vida. “A estimulação precoce foi fundamental, porque ele tem o lado esquerdo do corpo todo afetado pelo vírus e, antigamente, o braço esquerdo dele era totalmente dormente.
 Ele tem 1 ano e 4 meses e a mentalidade de uma criança de oito a nove meses, mas se
 desenvolve”, disse Germana.
Na casa de Jaqueline, no entanto, o bebê Daniel não está se desenvolvendo, e a mãe 
precisou parar de trabalhar para tomar conta do filo integralmente. O caso dela é um dos 
muitos que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pretende estudar nos próximos meses.
“Queremos escutar as mulheres e as famílias. Os cuidadores. Os impactos que um evento
 inusitado grave tiveram na vida dessas pessoas, no ponto de vista social e econômico.
 As mulheres puderam continuar em seus empregos? Quais foram as dificuldades que 
elas tiveram e continuam tendo?”, disse Tereza Lyra, pesquisadora da Fiocruz.
A situação é ainda pior em cidades do interior, onde o que mais falta é informação.
 “Quando chegamos no Sertão, nos deparamos com crianças de um ano e dois meses 
que nunca passaram por um neuropediatra. Essas crianças convulsionavam sem parar 
e os pais, leigos, não sabiam que aquilo era uma convulsão. Muitas vezes, a carência 
dessas mães é de informação”, disse Germana.
Por: G1 caruaru

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