terça-feira, 9 de maio de 2017

Irmãos líderes de grupo suspeito de fraudar pelo menos 40 concursos no Nordeste têm 29 aprovações.

Fraudes são em concursos na Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe e Piauí. Esquema teria beneficiado 400 pessoas que pagaram R$ 18 milhões à quadrilha desde 2005.

Irmãos foram presos em casa localizada em condomínio de luxo em João Pessoa (Foto: Lucas Sá/DDF João Pessoa)
Irmãos foram presos em casa localizada em condomínio de luxo em João Pessoa (Foto: Lucas Sá/DDF João Pessoa)
Os dois irmãos apontados pela Polícia Civil como líderes da quadrilha suspeita de fraudar pelo menos 40 concursos públicos em seis estados do Nordeste acumulam, juntos, 29 aprovações em concursos, segundo informou o delegado de defraudações e falsificações de João Pessoa, Lucas Sá, nesta segunda-feira (8). De acordo com a polícia, o esquema fraudulento teria beneficiado 400 pessoas, através do pagamento de R$ 18 milhões à quadrilha desde 2005.
As fraudes aconteceram em concursos nos estados da ParaíbaPernambucoAlagoasRio Grande do NorteSergipe Piauí. A venda do “kit completo” de aprovação, que incluia facilitação de empréstimo para pagar ‘aprovação’, gabaritos e diplomas para ingresso no cargo, custava cerca de R$ 150 mil para cada concurseiro.
Segundo o delegado Lucas Sá, os irmãos Flávio Nascimento Borges, de 34 anos, e Vicente Fabrício Borges, de 32 anos, foram presos em uma casa localizada em um condomínio de luxo, em João Pessoa, e ocupada pela dupla há pelo menos dois meses.
“O local funciona como quartel general da organização, local em que parte dos membros se reúnem no dia da aplicação das provas, recebem as informações de outros membros que estão no local de aplicação, respondem as questões e repassam por meio de ponto eletrônico para os beneficiados”, disse o delegado.
A dupla ainda seria responsável por uma empresa de fachada situada na cidade de Santa Rita, na Região Metropolitana de João Pessoa. De acordo com o delegado, a empresa seria utilizada para possível lavagem de dinheiro dos valores obtidos com o esquema. “No endereço cadastrado como sendo da empresa, não existe nenhuma referência ao prédio, sendo que sequer existe o número do prédio apontado como sendo endereço”, explica.
Polícia apreendeu vários pontos eletrônicos utilizados por membros da quadrilha durante as provas (Foto: Lucas Sá/DDF João Pessoa)
Polícia apreendeu vários pontos eletrônicos utilizados por membros da quadrilha durante as provas (Foto: Lucas Sá/DDF João Pessoa)
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