O filho de Bolsonaro fez referência ao apelido dado ao ex-presidente Lula em 2002
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Estadão Conteúdo
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou que seu pai, o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, não deve mudar sua postura durante a campanha. "Eu não acredito em 'Bolsonaro paz e amor'", disse em uma referência ao apelido dado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 quando o petista teve sua imagem suavizada na campanha eleitoral.
"Falavam que ele não ia comparecer aos debates, mas não tem nada disso", disse o policial. Para ele, Jair deve ser um dos candidatos mais atacados pelos adversários durante a campanha, principalmente com o maior tempo de campanha na televisão de adversários como Geraldo Alckmin (PSDB-SP). "Eu sei que com esse tempo de televisão vamos ser muito atacado", afirmou. Mesmo assim, Jair deve ir para o segundo turno com algum candidato da esquerda, na opinião do filho. "Eu gostaria do Ciro Gomes. Ele pelo menos é mais direto e sincero no que ele fala. Eu respeito mais o inimigo nesse perfil", disse.
Com o pouco tempo de televisão, o PSL deve apostar nas redes sociais e no corpo a corpo. Eduardo e demais apoiadores da campanha devem apresentar ao candidato um roteiro de viagens. O interior de São Paulo, reduto de Alckmin, deve ter atenção especial. O filho do candidato prevê ao menos quatro incursões às cidades paulistas no período da campanha.
"O interior de São Paulo é muito conservador por conta do agronegócio, acredito que de quatro a cinco vezes ele (Jair) deve passar por lá e eu não acho que o Alckmin tem toda essa força assim não", disse o deputado federal a jornalistas. Ele também atacou as alianças firmadas pelo tucano e disse que o ex-governador de São Paulo fez um acordo com o Centrão, por tempo de televisão e "vendeu a alma ao diabo".
Ele acredita que seu partido possa dobrar sua bancada na Câmara. "Se fizer mais de 15 candidatos (eleitos) está bom. O PSL tem só 8 segundos de televisão e não tem fundo partidário. Isso é complicado. Sabemos que a televisão ainda tem muita influência. Principalmente para o nosso pessoal que via de regra é formado por novatos nessas eleições", afirmou.
Eduardo Bolsonaro presidiu a sessão da Câmara na tarde desta quarta-feira, em Brasília. Ele usou o púlpito do plenário para reclamar da recente atuação do Facebook e do Twitter que retiraram do ar páginas ligadas a movimentos da direita.
"E quando a gente olha para o lado da esquerda, nada acontece. Tudo normal. E pior, se você entrar no Twitter do Comando Vermelho e de diversas outras facções criminosas, elas seguem lá. Continuam", disse. Para ele, há um "patrulhamento sobre o politicamente correto no mundo".
Ele acusou ainda o Twitter de não restabelecer contas que foram derrubadas mas que seus supostos donos conseguiram provar que não são robôs.
Vice
Sem citar o nome do general da reserva Hamilton Mourão, vice na chapa de Jair Bolsonaro, Eduardo afirmou que, se seu pai for eleito, ele dará terras aos quilombolas. A fala tem relação com recentes declarações dadas pelo militar em que ele afirmou que o Brasil herdou a "indolência" dos índios e a "malandragem" dos negros.
"Eles vão parar de ser reféns de partidos políticos e eu adoro que eles processem a nós porque essas pessoas que eles dizem representar, os negros, eles que vão testemunhar a nosso favor. Pode aguardar. A sociedade está cansada dessa divisão em que sempre surge um político aproveitador se dizendo o defensor dos negros, o defensor das mulheres. A sociedade está toda dividida "
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