Organização estima a participação de 40 mil pessoas - Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem
JC Online
Milhares de pessoas estiveram na ruas do Recife, durante a tarde desta quinta-feira (30), em protesto contra o contingenciamento de verbas para a educação. O ato foi convocado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), mas também contou com a presença de professores e sindicatos, além de políticos. Os manifestantes começaram a se concentrar na Rua da Aurora, área central do Recife, por volta das 14h, para o que chamam de "Segundo Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Educação". A organização estimou que 40 mil pessoas participaram do protesto. A Polícia Militar não divulgou o número de manifestantes. Os atos também aconteceram em várias cidades do Brasil.
De acordo com Ranielle Vital, vice-presidente da UNE em Pernambuco, o motivo das manifestações de hoje é “manter a mobilização das ruas”. No dia 14 de junho, os sindicatos e movimentos estudantis prometem a realização de uma greve geral.
A estudante de enfermagem da UPE, Ana Beatriz, estuda no campus Vitória e hoje saiu do município para a Capital para participar do ato. “Viemos porque é importante defender a educação, são nossos direitos e eles não foram dados gratuitamente, viemos por nós todos”.
Antes do início do ato, os professores organizaram uma sessão do "Universidade nas Ruas", como uma aula pública. "Esse é um ato em defesa da educação pública e é importante que a gente esclareça a sociedade o quanto possível sobre aspectos jurídicos, econômicos e administrativos desse contingenciamento. O que está acontecendo é uma grande ameaça à educação pública em razão de um contingenciamento fundado em uma política de flexibilização orçamentária que viola aquilo que foi estabelecido como instrumento de orçamento público. O ministro da Educação está utilizando o contingenciamento como uma forma de retaliação à universidade, que é um espaço de reflexão crítica, de produção de saber autônomo. Não pode contingenciar verbas sem uma motivação legal", disse Liana Cirne, professora da Faculdade de Direito do Recife.
O proteste seguiu pela Avenida Mário Melo, Parque Treze de Maio, Avenida Conde da Boa Vista e Praça do Diário.
Sindicatos
Apesar de convocada por estudantes, os sindicatos também encorparam a manifestação, como o dos Policiais Civis. “O policial também é cidadão, não está isolado, também é trabalhador. A gente vai estar lutando muito contra essa agenda anti-povo do governo Bolsonaro, contra esses cortes na educação. No momento que há investimento em todo o mundo na educação, o Brasil vai na contramão da civilização anunciando esses cortes. A questão da reforma da previdência, cruel e perversa para o povo. Inclusive, vai aumentar a desigualdade social. Também contra essa lei anti-crime, que não é nada de anti-crime é lei de encarceramento em massa. Essa agenda anti-povo a gente não pode deixar ela continuar, por isso que a gente está aqui”, disse Áureo Cisneiros, presidente do Sinpol. “Esses atos são todos interligados. Claro que é um ato menor porque foi muito em cima um ato do outro, mas este ato está também no calendário dessa luta nossa contra essa pauta anti-povo do governo Bolsonaro, inclusive o dia 14 de junho, com a Greve Geral. Rumo ao dia 14”, acrescentou.
Políticos
Políticos também marcaram presença no ato. Marília Arraes (PT), Túlio Gadelha (PDT), Kátia Cunha do mandato coletivo das Juntas codeputadas estaduais (PSOL), Luciano Siqueira (PCdoB), foram alguns dos nomes presentes na manifestação.
O deputado estadual Isaltino Nascimento (PSB), líder do governo Paulo Câmara na Alepe, inclusive, discursou na manifestação. Ele participou também do ato no último dia 15 e anunciou a presença no próximo ato, que deve acontecer no dia 14 de junho. “Hoje, quem quer um país democrático está aqui nas ruas”, disse durante o discurso. “Começou com o dia 15 e agora o dia 30, mostrando que não é só o professor, profissional de educação, estudantes, mas a sociedade brasileira como um todo defende a democracia, a liberdade e o conceito maior de país, acumulando forças para que a gente possa fazer uma grande Greve Geral, dia 14 de junho”, afirmou após discurso. Ao final do seu discurso no trio, ele puxou uma vaia para Bolsonaro.
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