segunda-feira, 1 de março de 2021

Médico é indiciado por homicídio culposo pela morte de digital influencer afogadense

 

A Polícia Civil indiciou o médico-cirurgião que fez uma lipoaspiração na digital influencer Liliane Amorim, em Juazeiro do Norte, no interior do Ceará. Liliane, que tinha 26 anos, morreu dias após o procedimento cirúrgico, ao sofrer complicações. O crime culposo ocorre quando não há intenção de praticar o ato.

Em nota, a defesa do médico Benjamin Alencar, que fez a cirurgia, afirma ele "nega de maneira veemente que tenha agido com imprudência ou negligência na condução do caso, o que ficará demonstrado no decorrer da apuração dos fatos".

O delegado Luiz Eduardo da Costa, responsável pela investigação do caso, afirma que houve "falta de cuidados e cautelas", o que agravou o quadro de saúde de Liliane após a lipoaspiração.

“Com tudo o que foi investigado e todos os elementos colhidos no curso das investigações, ficou evidente que se trata da possibilidade de um homicídio culposo, onde o médico não previa o risco de produzir o resultado. Contudo, por falta de cuidados e cautelas, teria causado o resultado grave”, frisou Luiz Eduardo.

Liliane Amorim morreu em 24 de janeiro, 15 dias após passar pela lipoaspiração. Após a cirurgia, ela relatou sofrer mal-estar, dificuldade para se alimentar e dores na região do abdômen. Ela foi internada em 15 de janeiro por complicações da cirurgia, conforme o inquérito da Polícia Civil.

Natural de Afogados da Ingazeira (PE), a digital influencer publicava conteúdos relativos a viagens, saúde e beleza em suas redes sociais, que reúnem mais de 260 mil seguidores.

Imprudência e imperícia

Conforme o delegado responsável pela investigação, houve imprudência e imperícia por parte do médico responsável. O policial afirma que a alta médica dela do hospital foi "prematura"

"Ficaram muito claras a imprudência e a negligência por parte do médico. A imprudência demonstrada quando ocorreu a alta médica de Liliane, ainda com muitos sintomas e dores. Segundo depoimentos, a vítima chegou a sair do hospital de cadeira de rodas. Entendemos, desta forma, que houve uma alta prematura, pois o médico foi consultado quanto à permanência dela no hospital", disse.

A negligência, conforme o delegado, ocorreu enquanto a paciente estava em casa, sem assistência. "Porque não houve assistência necessária à paciente, que se queixava de diversos sintomas, além de não conseguir se alimentar ou dormir, e o médico se encontrava fora da cidade." (G1)

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