sábado, 24 de setembro de 2022

Governo fechará as contas no azul pela primeira vez em 8 anos

 

O Ministério da Economia revisou a projeção para as contas públicas deste ano: saiu de um rombo de R$ 59,3 bilhões para um saldo positivo de R$ 13,5 bilhões. Representa uma melhora de R$ 72,9 bilhões em relação à projeção anterior. O motivo: aumento da arrecadação de impostos e contenção de despesas.

Se confirmado, a projeção para o resultado primário (que exclui despesas financeiras) será a melhor em 8 anos. Desde 2014, o Brasil apresenta saldo negativo (déficit) nas contas públicas.

Eis a íntegra do relatório.

Eis a série história do resultado primário, em percentual do Produto Interno Bruto:

Para 2023, no entanto, o governo espera que o país volte a ter déficit por causa do aumento de despesas, como o Auxílio Brasil de R$ 600 e uma atualização na tabela de Imposto de Renda.

Bloqueio no Orçamento

Mesmo com a melhora das receitas, o governo anunciou um bloqueio de R$ 2,6 bilhões no Orçamento deste ano, elevando para R$ 10,5 bilhões o valor total bloqueado. Essa retenção de despesa é para cumprir o teto de gastos (regra que limita o crescimento das despesas públicas à inflação).

Segundo o governo, houve um aumento de despesas da área da Previdência (aposentadorias e benefício de prestação continuada) na faixa de R$ 8 bilhões.

Por outro lado, houve forte queda de despesas com o subsídios, subvenções e o Proagro (R$ – 3 bilhões), redução com pagamento de salários (R$ 1 bilhão) e no volume de precatórios.

Do total de valor bloqueado agora:R$ 4,13 bilhões – são de emenda de relator, dinheiro que os congressistas podem decidir o destino;
R$ 3,26 bilhões – são de despesas de custeio do governo federal;
R$ 474 milhões – são de emendas de comissão.

Avaliação do governo

O secretário de Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, disse que a arrecadação de impostos está “muito forte” e o próximo relatório, que deve ser divulgado daqui 2 meses, deve surpreender a todos.

Colnago citou que a União transferiu R$ 464,0 bilhões (4,8% do PIB) aos Estados e municípios. O percentual é o maior da série histórica.

O governo espera que a dívida pública em relação ao tamanho do PIB ficará em 76,7%, o que representa uma queda frente a 2021 (80,3% do PIB).

Colnago disse que o BNDES irá devolver ao Tesouro Nacional dinheiro que foi emprestado ao banco no passado. A Caixa Econômica Federal também deve fazer uma pequena devolução. Afirmou que a projeção pode ser ainda mais positiva.

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