O caso do jogador Daniel Alves ganhou mais um capítulo. A defesa do jogador alega à justiça espanhola que não houve estupro, pois, a relação entre o jogador brasileiro e a jovem teria sido e comum acordo.
Na tentativa de assegurar essa versão, Cristóbal Martell, o advogado de defesa, usou como argumento um relatório médico do Hospital Clínic, onde a jovem foi atendida logo após as supostas agressões sexuais.
De acordo com o documento, os médicos apontam que não foram identificadas lesões vaginais típicas de relações sexuais secas ou lesões compatíveis com sexo à força. Em outras palavras, a suposta vítima estaria lubrificada no momento do suposto ato.
Mas o fato não pode ser considerado como sexo consensual. Especialistas ouvidos pelo Globo alegam que a lubrificação vaginal não é sinônimo de excitação. Os hormônios femininos, estrógeno e progesterona, induzem a produção de secreção tanto do cólo do útero quanto das glândulas vaginais e vulvares.
”A presença de muco lubrificante na vagina não quer dizer que ela estava excitada na hora da relação sexual”, afirma ginecologista e médica do grupo de cirurgia oncológica da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, Marianne Pinotti.
O médico Maurício Abrão, coordenador de Ginecologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que a lubrificação vaginal varia de indivíduo para indivíduo e de acordo com a fase do ciclo menstrual.
“O ponto forte é na excitação, mas durante o ciclo menstrual tem momentos que a lubrificação está maior ou menor. Em paralelo, existem situações que geram uma lubrificação não fisiológica, que é causada por um corrimento vaginal, por exemplo”, explica Abrão.
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