quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Pai fala sobre morte de filho em incêndio na Paraíba: 'quando cheguei, a tragédia já estava feita'

 

Foto: TV Cabo Branco/Reprodução
Foto: TV Cabo Branco/Reprodução

O pai da criança de dois anos de idade que morreu carbonizada num incêndio registrado em Araçagi, no Brejo da Paraíba, falou pela primeira vez sobre a morte da criança. José dos Santos disse que desde a madrugada de terça-feira (10), quando o acidente aconteceu, ele e a esposa estão num estado de extrema dor, com dificuldades para dormir e se alimentar por causa do choque.

Ele relembra que foi com a esposa ao hospital, por volta das 23h30 de segunda-feira (9), para medicar o filho mais novo, de oito meses de idade, que estava doente. Por causa da urgência da situação, deixou seus dois outros filhos, de seis e dois anos, dormindo na residência. Na unidade hospitalar, no entanto, recebeu a ligação que mudaria a sua vida.

"Ligaram para o hospital dizendo que a nossa casa estava pegando fogo. Então deixei minha esposa fazendo nebulização no menino e fui para casa. Mas, quando cheguei, a tragédia já estava feita", relembrou José dos Santos.

Trêmulo, ele tem dificuldades de descrever o que sentiu naquele momento: "Eu me desesperei com a dor. Perdi um filho", lamentou.

As suspeitas iniciais é de que o fogo na casa foi iniciado a partir de um curto circuito em um ventilador que estava em cima de um tamborete de plástico, mas o Corpo de Bombeiros ainda vai realizar perícia no local. O que já se sabe, contudo, é que na hora do fogo a sua filha mais velha correu para a cozinha e ficou debaixo na mesa. Foi nessa posição que ela foi encontrada e resgatada por vizinhos.

"Ela ficou gritando, falando de fogo e chamando pela criança. Até agora está assim. Gritando sobre fogo. Porque fica o trauma, né?", declara.

José destaca que o momento de mais dor é já nas primeiras horas da manhã, quando a criança sempre interagia com os pais. Era nesse momento da manhã que ele saía de sua cama e ia até onde os pais estavam deitados.

"A ficha cai ligeiro. Porque de manhã cedo a criança sempre procurava a gente", conclui. 

Fonte: g1 PB

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