terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Um dos primeiros povos das Américas consumia principalmente filés de mamute

 

O nosso planeta é extremamente rico em histórias. Memórias e relatos físicos são descobertos constantemente e entre eles estão os tesouros arqueológicos. Eles nos contam uma história antiga, envolvendo pessoas e seus costumes como um todo. Como por exemplo, essa descoberta feita em um novo estudo de que os primeiros povos das Américas consumiam principalmente filés de mamute.

Se essa descoberta se confirmar correta, isso dá mais peso para a teoria de que caçadores humanos tiveram um papel importante na extinção dos grandes mamutes durante a Era do Gelo.

A descoberta de que primeiros povos das Américas consumiam principalmente filés de mamute já é interessante por si só, mas o que a deixa ainda mais curiosa é que ela foi descoberta através do organismo de uma pessoa que, muito provavelmente, ainda se alimentava praticamente só de leite.

No caso, a descoberta veio através de um menino de somente 18 meses de vida que morreu cerca de 13 mil anos atrás onde atualmente é o estado de Montada, nos EUA. O menino foi chamado de Anzick-1 por conta do sobrenome dos donos da fazenda onde seu esqueleto foi encontrado. Ele fazia parte da cultura Clovis, que foi a primeira que teve uma distribuição grande nas Américas depois da chegada do Homo sapiens ao continente.

Primeiros povos das Américas consumiam filés de mamute

Aventuras na história



Os arqueólogos conhecem essa cultura desde a primeira metade do século XX que é muito lembrada por conta das pontas de lança de pedra bem bonitas que os membros da comunidade produziam. Além disso, eles já tinham estabelecido uma relação entre as pontas de lança e o esqueleto de mamíferos de grande porte.



Contudo, por conta das regiões vastas da América do Norte e diversidade de ambientes, alguns pesquisadores diziam que várias estratégias de subsistência poderiam ter sido empregadas por esses povos.

Agora, um possível tira-teima veio do colágeno que ainda estava presente no esqueleto do menino. Essa análise foi feita pela equipe de James Chatters, arqueólogo ligado à Universidade McMaster, no Canadá. Através do colágeno é possível datar os organismos que estão mortos há milhares de anos com o método do carbono-14, além de também ser possível estimar a dieta de uma pessoa que viveu na Era do Gelo via “balança” de átomos dos elementos químicos carbono e nitrogênio.

Como Anzick-1 era muito novo, ele não teve tempo de se alimentar de praticamente nada a não ser leite materno. No entanto, o leite é produzido no corpo da mãe e mostrava como era sua alimentação. Então, fazendo as correções certas relacionadas ao metabolismo do leite, com a medição do colágeno nos ossos da criança é possível estimar também o que os adultos comiam.

No estudo, os pesquisadores fizeram a comparação do resultado da “balança” de carbono e nitrogênio da criança com a de vários outros animais que tinham dietas e tamanhos diferentes e também viveram no fim da Era do Gelo.

Como resultado, eles viram que entre todos os animais, a dieta do menino e de seu povo era bem parecida com a do dente-de-cimitarra Homotherium. Conforme os cálculos feitos pelos pesquisadores, isso quer dizer que aproximadamente 40% do que esses primeiros povos das Américas consumiam eram filés de mamute.

Além do mamute, o segundo lugar era dos cervos-vermelhos, sendo 15% da dieta desses povos. E os mamíferos de porte pequeno correspondiam a somente 5% das calorias que eles comiam.
Fonte: Folha de São Paulo
Via Fatos Desconhecidos

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