Após reunião com Lula, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, listou as medidas que o governo tem em vista para reverter o cenário de inflação. O governo anunciou que vai reduzir o imposto de importação de alimentos se for necessário e descartou medidas heterodoxas, como o tabelamento de preços.
Resumo:
- A alta no preço dos alimentos preocupa o governo federal. A cúpula do Executivo vê reflexos na popularidade;
- A cúpula do governo federal se reuniu durante a semana para discutir medidas. Foi anunciada, então, possibilidade de reduzir imposto de importação de alimentos “se necessário”;
- O governo, entretanto, descartou medidas heterodoxas como o tabelamento de preços.
A principal aposta do governo, no entanto, é na “supersafra” prevista para este ano. “A expectativa é extremamente positiva de uma supersafra esse ano. E nossa expectativa é que, na lei de mercado, uma maior oferta leva a um menor preço”, afirmou Rui Costa em coletiva de imprensa nessa sexta (24/1).
Embora os alimentos tenham tomado centralidade na pauta do governo recentemente, esse assunto está no radar mesmo antes do início da gestão. Cabe lembrar que a redução no preço dos alimentos esteve entre os motes da campanha de Lula em 2022. Já com o petista eleito, em 2023, o Executivo demonstrou preocupação com o tema. O presidente se reuniu mais de uma vez com ministros para tratar sobre o preço da comida na mesa do brasileiro.
Assim, como medida, foi anunciada a ampliação do Plano Safra. No total, foram disponibilizados R$ 364,2 bilhões em crédito rural. A edição seguinte chegou a R$ 400,59 bilhões.
Além do crédito aos médios e grandes produtores, a gestão Lula anunciou o apoio para a agricultura familiar, por meio do acesso a crédito e do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). “Essas pessoas são responsáveis pela produção de muitas coisas que nós comemos, como arroz, feijão, porco, galinha. E essa gente precisa ter uma ajuda melhor, porque é essa gente que pode baratear o custo da comida que a gente come”, disse Lula em junho de 2023.
Outra aposta para baratear os preços dos alimentos estava na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ainda em 2023, o órgão retomou a formação de estoques públicos de alimentos, medida capaz de diminuir as variações de preços dos produtos.
Entretanto, o cenário atual extrapolou essas ações. A principal explicação, segundo o governo, está nos fenômenos climáticos extremos, como secas, queimadas e inundações, terem atingido regiões produtoras de alimentos. Um exemplo disso é o que ocorreu no Rio Grande do Sul, situação que influenciou diretamente o preço do arroz.
Além disso, as entidades do setor apontam que o aumento dos preços de materiais para embalagens somado à elevação nos custos de combustíveis e energia, contribuiu para elevar significativamente os custos de produção.
Dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que, em 2024, a inflação acumulada ficou em 4,83%. O resultado foi influenciado principalmente pelo grupo Alimentação e Bebidas.
Mateus Salomão e Daniela Santos / Metrópoles
Nenhum comentário:
Postar um comentário