Realizada entre os dias 1º e 3 de abril, a pesquisa entrevistou mais de 3 mil brasileiros com mais de 16 anos, em 172 municípios espalhados por todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.
Mais da metade dos entrevistados (55%) afirmou sentir muito medo ao ver uma moto se aproximar. Outros 26% relataram sentir um pouco de medo. Esse temor, em grande parte, está relacionado ao aumento dos crimes cometidos por criminosos em motocicletas, como assaltos rápidos e de difícil prevenção.
Além disso, ao analisar nove situações cotidianas, como esperar transporte público, usar o celular na rua ou permanecer em um ponto de ônibus, o sentimento de medo sempre superou o de tranquilidade.
Entre todas essas situações, ficar sozinho em um ponto de ônibus figura como a segunda mais temida: 50% dizem sentir muito medo, 23% sentem algum receio e apenas 22% afirmam estar tranquilos nessa condição.
Outras ações aparentemente corriqueiras também estão associadas a altos índices de temor:
- Parar em um semáforo com o carro;
- Ver alguém se aproximando de bicicleta; e
- Esperar um carro por aplicativo na rua.
Todas essas situações provocam muito medo em cerca de quatro em cada 10 brasileiros.
Perfil do medo de assalto: gênero, idade e renda
A percepção de insegurança é ainda mais acentuada entre mulheres, idosos e pessoas de baixa renda.
- 66% das mulheres relatam sentir muito medo ao ver uma moto se aproximando, contra 44% dos homens;
- Entre os idosos com mais de 60 anos, o índice é de 63%, enquanto na faixa dos 16 aos 24 anos, cai para 49%;
- A diferença por classe social também é significativa: 29% dos que ganham até dois salários mínimos dizem sentir muito medo até mesmo ao frequentar restaurantes — um ambiente considerado seguro por muitos; e
- Entre os que ganham mais de dez salários, apenas 6% compartilham dessa sensação.
Roubo de celular lidera preocupações constantes
Quando indagados sobre os perigos urbanos que mais os preocupam, os brasileiros apontam o roubo de celular como o mais presente em sua rotina mental:
- 37% afirmam estar sempre preocupados com esse tipo de crime;
- O risco de ser atingido por bala perdida preocupa sempre 30%;
- O medo de agressões físicas é constante para 27%; e
- Já o sequestro aparece como o menos temido: 44% dizem nunca pensar nessa possibilidade.
Esse padrão também acompanha o recorte de gênero, idade e renda, reforçando que as mulheres, os mais velhos e os mais pobres sentem-se mais vulneráveis à violência.
A percepção de insegurança
A percepção de insegurança tomou conta do país. Mais da metade dos brasileiros — quase 60% — acredita que a criminalidade aumentou em sua cidade ao longo do último ano, segundo uma pesquisa do Datafolha.
O levantamento, conduzido entre os dias 1º e 3 de abril, ouviu mais de 3 mil pessoas em 172 municípios e confirma o sentimento de vulnerabilidade que atravessa classes sociais, faixas etárias e orientações políticas distintas.
O cenário traçado pelo instituto mostra que a sensação de piora na segurança pública é disseminada tanto entre homens quanto entre mulheres, jovens e idosos, pobres e ricos. Mesmo eleitores com preferências opostas, como os que votam no presidente Lula ou no ex-presidente Jair Bolsonaro, compartilham a impressão de que a violência está em ascensão — ainda que em proporções diferentes.
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