sexta-feira, 18 de julho de 2025

Lula reage a Trump: “Chantagem inaceitável” e alerta para pressão estrangeira sobre julgamento de Bolsonaro

 

Em um pronunciamento em rede nacional nesta quinta-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “chantagem inaceitável” a ameaça do ex-presidente americano Donald Trump de impor tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros. A medida, segundo Trump, seria uma resposta ao julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), que ele chamou de “caça às bruxas”.

Sob o título “Brasil Soberano”, Lula adotou tom firme ao defender a independência das instituições nacionais e acusou setores políticos internos de colaborarem com a pressão externa. “Alguns políticos brasileiros se colocam ao lado de quem ameaça o país. São traidores da pátria”, afirmou, sem citar nomes diretamente.

Pressões e ameaças internacionais

O episódio ganhou contornos mais tensos após Trump publicar, em sua plataforma Truth Social, uma carta direcionada a Bolsonaro, exigindo que o governo Lula “mude de rumo” e cesse os supostos ataques ao ex-presidente brasileiro. Jair Bolsonaro, derrotado por Lula nas eleições de 2022, responde no STF por uma suposta tentativa de impedir a posse do atual chefe do Executivo. Se condenado, pode pegar até 40 anos de prisão.

“Não é um gringo que vai dar ordem a um presidente”, declarou Lula mais cedo, em um evento oficial, reforçando que o Brasil não aceitará imposições externas sobre decisões internas da Justiça. O presidente reafirmou que manterá o diálogo diplomático e comercial com todos os países, mas advertiu: “O Brasil tem um único dono – o povo brasileiro”.

Lobby e crise diplomática

Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente e deputado federal licenciado, estaria nos Estados Unidos articulando apoio junto a aliados de Trump para pressionar as instituições brasileiras. A movimentação levou o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, a solicitar uma apuração sobre possível tentativa de obstrução de Justiça por parte da campanha bolsonarista no exterior.

A tensão cresceu ainda mais após declarações do senador republicano Marco Rubio, que em maio falou sobre a possibilidade de os EUA imporem sanções ao ministro do Supremo.

Distanciamento público de Trump

Embora Bolsonaro se refira a Trump como um “amigo” e companheiro de perseguições judiciais, o ex-presidente norte-americano minimizou a relação. “É alguém que conheço, não que seja meu amigo”, disse Trump, tentando se afastar de vínculos diretos em meio ao impasse diplomático.

O governo brasileiro estuda medidas legais e comerciais para enfrentar as ameaças tarifárias, inclusive com apoio da Organização Mundial do Comércio (OMC), e promete agir com firmeza para proteger a economia nacional e preservar a soberania das instituições democráticas.

Fonte: pe

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