quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Atividade física pode combater a depressão

Foto: Thiago Leite/Divulgação
Do Estadão Conteúdo

Desordem que atinge cerca de 300 milhões de pessoas de todas as idades no mundo, a depressão é alvo de pesquisas que buscam possíveis formas de preveni-la. E uma das linhas de investigação é o impacto que podem ter as atividades físicas. Um novo trabalho publicado na quarta-feira reforça a estratégia. A pesquisa teve como premissa uma abordagem genética para avaliar o potencial de proteção que fazer algum tipo de exercício pode ter contra o risco de desenvolver depressão.
Para fazer a análise, os pesquisadores, liderados por Karmel Choi, da Unidade de Psiquiatria e Genética do Neurodesenvolvimento do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, identificaram e cruzaram variantes genéticas de resultados de estudos de larga escala feitos para atividade física no Reino Unido e para depressão em um consórcio global.
No caso dos exercícios, foram considerados dois levantamentos: um com 377 mil pessoas, que preencheram relatórios sobre o nível de atividade; e um outro com 91 mil pessoas que usaram sensores de movimento no pulso, conhecidos como acelerômetros. O banco de dados de depressão incluía informações de 143 mil pessoas com e sem a doença.
Os resultados do trabalho, publicado na revista Jama Psychiatry, indicaram que a atividade física registrada no acelerômetro – mas não a atividade autorreferida – parece exercer uma potencial proteção contra o risco de desenvolver depressão.

PROTEÇÃO

“Em média fazer mais atividade física parece proteger contra o desenvolvimento da depressão”, comentou Choi em comunicado à imprensa. E qualquer atividade física, explica o pesquisador, parece ser melhor que nenhuma. “Nossos cálculos aproximados sugerem que substituir um tempo sentado por 15 minutos de uma atividade de bombear o coração, como correr, por exemplo, ou fazer uma hora de atividade moderadamente vigorosa, é suficiente para produzir um aumento médio nos dados do acelerômetro que estava ligado a um menor risco de depressão”, complementou.
Ele explica, porém, que uma coisa é saber que a atividade físicas poderia ser benéfica para prevenir a depressão, outra é realmente fazer com que as pessoas se tornem mais ativas. O autor diz que mais estudos precisam ser feitos para descobrir quais são as melhores recomendações para os diferentes tipos de pessoas com diferentes perfis de risco à doença.

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