terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Maior picareta da história criou país fictício, vendeu terras e morreu rico

 

O maior picareta da história fez um golpe que, no começo, era bem criativo, mas acabou se tornando um cruel assassinato.

A história da humanidade é cheia de capítulos e pessoas que fizeram parte dela. Infelizmente, nem todos são bons. Como por exemplo, esse que foi o maior picareta da história criando um país fictício: Poyais. Quem se mudasse para lá, além de rico e saudável, iria ter comida e diversão fartas.

“Neste empreendimento, ele [Strangeways] se esforçou, tanto quanto possível, para evitar fazer qualquer declaração que pudesse parecer duvidosa ou exagerada, especialmente para aqueles de seus leitores que não estão familiarizados com as opiniões que até agora retardaram a civilização nesse país até então negligenciado”, dizia o guia dedicado a “Sua Alteza Gregor, cacique de Poyais”.

Também no texto, Strangeways se descrevia como seu “mais devotado, humilde e obediente servo”. No entanto, o fato era que Poyais era um país que não existia e o que o maior picareta da história queria fazer com isso era ganhar dinheiro em cima das pessoas.
O autor do texto, o Strangeways, era um pseudônimo do homem que criou todo o esquema: o Gregor. Todo esse esquema ficou conhecido como Golpe de Poyais e, possivelmente, foi a picaretagem mais criativa e sofisticada da história.

Maior picareta da história

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Conhecido como o maior picareta da história, Gregor MacGregor, ele foi o responsável por arruinar centenas de famílias e até ajudar na criação de uma crise na que era a maior economia do mundo na época.

O homem era escocês e seguiu a carreira do seu avô, que era um militar brilhante e do seu pai, que era Companhia Britânica das Índias Orientais. Então, com 16 anos, Gregor se tornou oficial do Exército Britânico. Em 1809, ele fez parte do apoio britânico aos espanhóis e portugueses na Guerra Peninsular. Contudo, um ano depois ele teve algumas desavenças com seu superior e acabou sendo dispensado.

A esposa de Gregor, Maria Bowater, pertencia a uma família importante, mas acabou morrendo em 1811. Então, em menos de dois anos o homem se viu sem sua fonte de renda e sem as costas quentes proporcionadas pela esposa. Então, de acordo com o jornalista David Sinclair, autor do livro “A Terra que Nunca existiu: Sir Gregor MacGregor e a fraude mais audaciosa da história”, o homem tinha duas opções.

Ou ele ficava noivo de outra herdeira, ou voltava para Escócia e ia administrar as terras da família. Contudo, as notícias sobre o Novo Mundo acabaram chegando até os ouvidos dele e chamaram sua atenção.

País fictício

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Depois de ter se casado com Josefa Lovera, prima de Bolívar, em 1812, ido para a América do Sul e inventado títulos como “cacique”, “um tipo de príncipe”, Gregor voltou para Londres para a coroação do rei George 4º. Além de também sondar quem queria imigra para o jovem país Poyais.

Para isso, o maior picareta da história mostrava uma cópia de um documento oficial emitido pelo governo do país. Esse documento dizia que Gregor estava em uma missão oficial para buscar pessoas para carreiras civis e militares na nação.



Como se o documento não fosse suficiente, o homem também mostrava toda a estrutura política do país, tendo um Parlamento tricameral, o sistema bancário, os uniformes das Forças Armadas, brasão de armas, mapas com as principais cidades, rios e montanhas.

Além disso, o maior picareta da história também dava entrevistas nos jornas, fazia anúncios e até baladas para contar as maravilhas de Poyais. Como a história tinha vários detalhes, ele conseguiu convencer muitas pessoas.

Com isso, Gregor começou a vender títulos de propriedade em Poyais. Ele também fazia a venda de postos militares e títulos de nobreza.

O homem foi ficando cada vez mais rico. Para se ter uma noção, em 1822, faturou algo em torno de 200 mil libras, o que equivalente a 240 milhões de reais.

E as pessoas não queriam comprar as terras somente para investir. Muitas queriam cruzar o oceano e ir para Poyais me busca de uma nova vida. Ao todo, sete navios foram para o país inexistente.

Aproximadamente 250 pessoas fizeram essa viagem e chegaram até o local para encontrar somente selva, mar e indígenas nada amistosos. Eles ficaram tentando sobreviver por dois anos e mais da metade morreu, ou de doenças ou por outras complicações.

Isso mostra como um esquema que, no começo, era somente um golpe criativo se tornou um estelionato cruel e assassino.

Fonte: UOL

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