Ao contar sua história de vida, Fernanda Rodrigues Simões, 37 anos, abre um sorriso espontâneo no rosto. Ela é portadora de artrite reumatoide juvenil, e devido a um erro de diagnóstico passou por cirurgias desnecessárias. Dos 5 aos 7 anos, Fernanda passou a fase mais difícil da doença, que foi a busca por um diagnóstico, cirurgias e recuperações. Aos 7 anos se encontrava em uma cadeira de rodas. Com o passar do tempo, optou por usar muletas, que ainda usa para caminhar.
Mas o que seria adversidade não alterou seu bom humor e sua tenacidade. Rindo, ela conta que fazia delas os seus mascotes. “Comecei usando muletas de madeira. Elas tinham nome e realmente faziam parte da minha vida. Nomes de personagens, nomes de amigas. Era um barato”.
Fernanda contou que a doença e as dificuldades não a fizeram desistir dos estudos, realizados em escolas públicas, onde sempre se sentiu acolhida. Graduada em Letras – Língua Portuguesa, ela é servidora na rede estadual de ensino desde 2002. Já foi professora, diretora escolar e hoje atua como técnica pedagógica na Secretaria de Estado da Educação (Sedu).
“A Sedu é um universo que nos dá missões a cumprir. Essas missões refletem lá na ponta, que são os professores e alunos”, disse. Ela nunca parou de estudar e se aperfeiçoar. Fez três pós-graduações, e cursos na área de psicanálise. Também é palestrante motivacional e terapeuta.
Mas a busca por psicanálise não surgiu para superar a limitação física. Fernanda procurou este ramo numa fase que definiu como a mais difícil de encarar, a morte do pai. “Eu estava de luto e precisava me reerguer. Foi aí que me aprofundei nos cursos da área terapêutica. As minhas palestras não são focadas apenas na minha história, mas também na inteligência emocional”, contou.
Outra curiosidade sobre a servidora é que ela reencontrou o ex-professor, Alfredo Carvalho Sampaio, nos corredores da Sedu. “O Alfredo sempre foi minha inspiração. Hoje, poder trabalhar com ele é muito gratificante”.


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