A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (18), uma operação em Cabo Frio, na Região dos Lagos (RJ), para combater um esquema de invasão a sistemas públicos. O grupo criminoso alterava informações em mandados de prisão e em bancos de dados judiciais, incluindo registros de multas de trânsito e débitos de IPVA.
Segundo as investigações, os envolvidos cobravam cerca de R$ 3 mil para esconder ordens judiciais no Banco Nacional de Medidas Penais (BNMP), beneficiando integrantes da facção Comando Vermelho. Para acessar o sistema, eles utilizavam VPNs e credenciais obtidas de forma ilegal.
Como não era possível excluir os mandados, os criminosos modificavam dados que dificultavam a localização das ordens. Assim, ao consultar pelo nome correto, policiais não encontravam registros ativos, criando a falsa impressão de que não havia mandado de prisão.
Durante o inquérito, os agentes descobriram que o mesmo método era usado para manipular outros bancos de dados públicos, ampliando o alcance da fraude e causando prejuízos ao Estado. Além disso, os criminosos chegavam a ameaçar os próprios clientes: quem não pagasse poderia ter novos mandados inseridos contra si.
Como funcionava o esquema
O ponto de partida da investigação foi a identificação dos anúncios divulgados nas redes sociais. A partir daí, os policiais rastrearam o fluxo financeiro e descobriram que a namorada de um dos suspeitos emprestava sua conta bancária para movimentar o dinheiro obtido de forma ilícita. Essa pista levou a conexões com criminosos em Minas Gerais.
O líder do grupo também foi localizado. Ele já havia trabalhado em empresas de certificados digitais e, com conhecimento técnico, conseguiu fraudar um mandado de prisão da Justiça Federal do Rio de Janeiro. Após o êxito, passou a oferecer o serviço a terceiros.
Esse homem já havia sido preso em setembro pela 36ª DP (Santa Cruz), acusado de violação de segredo profissional, associação criminosa e estelionato.
Servidores não estão envolvidos
Até o momento, não há indícios de participação direta de servidores públicos. De acordo com a Polícia Civil, os profissionais afetados foram vítimas de roubo de login e senha, usados indevidamente pelos criminosos para acessar os sistemas oficiais.
Via: Bnews

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