Vista com desconfiança ainda por algumas alas do próprio PT, a chapa Lula-Alckmin também encontra resistência entre movimentos sociais e sindicatos. A principal preocupação é que o ex-PSDB conspire contra o petista no futuro, assim como aconteceu com Dilma Roussef. A própria ex-presidente disse a Lula que Alckmin poderia ser o seu "Michel Temer".
Apesar das discordâncias, a necessidade de uma aliança capaz de derrotar Jair Bolsonaro (PL) é o que une os principais sindicatos e movimentos. Tanto o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) garantiram o apoio a Lula, apesar de enxergarem Alckmin como alguém comprometido com "as elites".
Os dois movimentos vão lançar candidatos à Câmara Federal e ao Senado e defendem a importância de vencer também no Legislativo. A expectativa é que nos próximos meses os candidatos sejam apresentados e os programas sejam entregues ao PT.
“Iremos apoiar Lula. É quem se apresenta como a possibilidade mais concreta de derrotar Bolsonaro e ser um porta-voz das necessidades urgentes do país. Mas aí, considerando que não basta só eleger ele, é necessária a construção de um projeto que resolva, de fato, os problemas do povo”, disse o MST.
“O histórico de Alckmin no Estado de São Paulo mostra seu compromisso com as elites e com uma agenda política de manutenção das desigualdades. Não achamos que esse nome é o melhor para vice de Lula, num governo que vai ter o desafio de reconstruir o Brasil e retomar direitos do povo pobre”, afirmou o MTST.
Já a CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores) e CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros, planejam um congresso em abril para decidirem se vão apoiar algum candidato à presidência.
Em entrevista ao Poder360, o presidente da UGT, Ricardo Patah, disse que “Alckmin pode sedimentar uma possibilidade concreta de Lula voltar ao Planalto”, posição semelhante ao secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves.
Gonçalves, conhecido como Juruna, defende a chapa de "centro".
“Chapa de centro é fundamental para a governabilidade e para avançar com as pautas no Congresso”, disse.
A CUT, por outro lado, resiste ao nome de Alckmin, mas o ex-governador não sera impecilho para o apoio a Lula.
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